Borboletas

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Escola dos sonhos: Movimento como linguagem


Pensar numa escola de verdade, que respeite a criança na sua totalidade, é garantir e construir diferentes possibilidades de se movimentar na infância. O movimento deve ser encarado por nós educadores como uma necessidade básica, como uma linguagem diferenciada para conhecermos o mundo e nos relacionarmos com o outro.


A escola precisa entender que o movimento vai para além da aula de educação física, precisamos privilegiar diferentes espaços e materiais, incentivar um corpo falante e criativo.

 

Precisamos reconhecer que o conhecimento, desde pequeno, se dá pelo abraço, pelas sensações, pelo brincar, pelas descobertas...


 Mas como isso acontece na prática cotidiana escolar? A ideia é reorganizar os espaços, sejam os parques, os corredores e as salas de aula, precisamos privilegiar mais árvores do que muros, provocar o diálogo, a expressão corporal, a música, as artes e as relações sociais.



Enfim, é preciso escutar as crianças e reconhecer que não é função da escola formatar seus alunos, mas sim instigar, mediar e desafiar as crianças. Acredito numa escola onde o conhecimento ganha vida através dos nossos gestos e movimentos.



Do que vale o conhecimento, sem liberdade, sem expressão, sem sentido, sem ousadia e sensibilidade. O poeta Manoel de Barros vai além “Que a palavra parede não seja símbolo de obstáculos a liberdade, nem de desejos reprimidos, nem de proibições na infância”.

 

          Charles Caubi Brandão
          Diretor Escola dos Sonhos

terça-feira, 8 de maio de 2012

Algumas pinceladas

Durante nossas aulas conhecemos o universo da arte de diferentes formas.  Do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental o objetivo é o mesmo: aproximar as crianças cada vez mais das diferentes linguagens artísticas, ampliando o olhar para o mundo que nos rodeia para entender os caminhos que a arte fez até os dias de hoje, incentivando e despertando o gosto pelas inúmeras formas de expressão.

                                      

Como estamos falando de aula de artes para crianças é imprescindível trabalhar com alguns elementos que tornem este aprender/ensinar um momento de encantamento. A imaginação, a surpresa, o novo, a brincadeira, tecem juntamente com os conhecimentos históricos e estéticos um caminho que tem mais a ver com o que a arte nos proporciona: vontade de conhecer mais e mais.

Novidade: O mundo pra dentro da escola

Temos um convidado especial nas aulas de artes este ano. O artista e ourives João Francisco Sobrinho, antigo pai da escola, está estudando artes e uniu a necessidade de fazer seu estágio com a vontade de trabalhar com crianças.
Após algumas reuniões decidimos que inicialmente o João irá trabalhar com as turmas do 2º e 3º anos a modelagem em argila. Outro momento do processo será o trabalho em gesso usando este material para a produção de moldes. Com o 4º e 5º ano serão trabalhados esculturas em cera, que futuramente serão transformadas em peças de prata.
Algumas técnicas foram adaptadas para serem acessíveis as crianças e sem dúvida a experiência do profissional permitiu este caminho dentro do ambiente escolar. João trouxe para sala de aula equipamentos e ferramentas que incentivam ainda mais nossos pequenos aprendizes a se aventurarem no universo da arte  e mais especificamente o design de jóias.
O João conseguiu se inserir nos projetos trabalhados com cada grupo, desta forma, nossas aulas contam com uma dinâmica diferenciada. Às segundas feiras trabalhamos a questão da técnica, modelagem em argila, gesso, escultura em cera, com o acompanhamento do João e às sextas trago nutrição para nossos projetos. Através de imagens, histórias, vídeos, e muita reflexão sobre os diferentes temas estudados.
Durante quatro aulas recebemos duas alunas de Licenciatura da UDESC, Cristine Santos e Mariana  Berta para observação das aulas de artes. Elas acompanharam as turmas e registraram estes momentos que serão apresentados para seus colegas de curso.
           
            Novos saberes - Projetos do 1º ao 5º ano: Da escola para o mundo
            
            1º ano: Mil e uma histórias

            Como temos uma aula por semana com este grupo trago histórias para ampliar o universo visual desta faixa etária que já é rico. Estamos conhecendo alguns trabalhos do escritor argentino Pablo Bernasconi, que tem como ponto forte as ilustrações elaboradas com colagens. Além de toda a magia das histórias passamos a olhar o que está a nossa volta com mais cuidado. Formas e cores começam a ganhar mais espaço e oferecem mais elementos na hora de desenhar.


Ilustração do Pablo Bernasconi

1º ano em aula passeio
       

              2º ano: China, ampliando os limites do olhar

2º ano usando a respiração

              Começamos o ano observando o céu. Nuvens foram nosso objeto de estudo. Elas têm formas tão lindas, passam rápido e preenchem o céu com seu encanto. E de tanto olhar para cima começamos a imaginar o outro lado do mundo. O Oriente é um prato cheio para este grupo que se entusiasmou em conhecer uma cultura bem longe daqui. Agora seus olhos vêem muito mais elementos: yin-yang, dragões, símbolos. Será que estão mesmo tão longe assim?

Desenhando nuvens

   3º ano: Egito e os mistérios do deserto
          
             Pensar a arte para este grupo começou através de pensar a paisagem. O que é paisagem? Fomos investigar várias representações de paisagens ao longo da história e ficamos “presos” no Egito.
         

Provando outras possibilidades

            São tantos mistérios a serem desvendados que decidimos estender nossos estudos e conhecer um pouco mais desta antiga civilização. Entender como viviam os povos do deserto, suas crenças e costumes constroem uma nova forma de olhar para outras culturas e para a própria arte. Quem quer nos acompanhar?

Paisagem corporal
Chegando ao egito

3º ano com o João

             4º ano: Mandalas descobrindo um mundo circular
           
           Este grupo começou o ano com a “mão na massa”. Pintamos o brinquedo do parque “Maremoto”. Foram aqueles dias que todos chegavam em casa com algumas (ou muitas) manchas azuis.

Inicio do maremoto

Arte de rua
             Seguimos nosso caminho pelo grafite e estudamos Os Gemeos, artista do grafite que ganharam o mundo e as galerias de arte levando esta linguagem da arte para além das ruas das cidades. Depois de rodar entre mangás (histórias japonesas) e outras figuras resolvemos parar para olhar a nossa volta e reparar como nosso universo é circular. Com a ajuda do Prof. João chegamos às mandalas. Este será o tema das produções tridimensionais propostas em sala. Pequenas esculturas que serão transformadas em prata. Um pouco de alquimia não faz mal a ninguém.


Grafite

              5º ano: Lygia Clark e os Bichos

5º ano em aula com o João

             O desafio para este grupo é entrar no universo da arte contemporânea. Linguagens novas dentro da escola como objeto e instalações fazem parte das descobertas do 5º ano. Experimentar pintar o gosto da jabuticaba fez parte do caminho pela arte. Azedo, doce... 
           A artista brasileira Lygia Clark vai nos conduzir para o mundo da arte contemporânea pela porta principal. Os bichos, uma de suas obras, instigou o grupo a olhar de outras maneiras para a natureza e provar a produção de trabalhos onde as formas geométricas foram o prato principal e serão o temas das primeiras esculturas em cera. Também vivemos em sala a obra "Caminhando" que nos instiga a pensar a arte a parir de outra perspectiva, onde não somos mais espectadores, nos relacionamos com a obra de outra forma, participando. Quem topa?

Degustando jabuticaba

Pintando o gosto
              Até o próximo trimestre!
              Prof. Fernanda Werneck