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sábado, 9 de setembro de 2017

Oficina de Matemática

 Inauguramos em março deste ano a Oficina de Matemática, que atende as crianças do Núcleo Desenvolvimento. Ela foi idealizada como um espaço para a elaboração, construção e descoberta de noções relativas à matemática pelas crianças. Nesse sentido, aproxima-se da ideia de um laboratório, onde as crianças trabalham com ideias matemáticas por meio da observação, experimentação e produção.

Até agora, as oficinas tiveram como foco o desenvolvimento do cálculo mental e o principal recurso utilizado foram jogos matemáticos. Os jogos explorados no primeiro semestre foram:

• O mais perto possível (2° e 4° anos)
• Completando o quadro dos números (2°, 3° e 4° anos)
• Dados Mágicos (3° ano)
• Feche a Caixa (2° e 3° anos)
• Batalha dos Números (4° ano)
• Mini-Yam (3° ano)
• SET (5° ano)
• Kenken (5° ano)
• Sempre 120 (5° ano)
• Chegando a Zero (5° ano)

As crianças tem mostrado bastante interesse pelos jogos, envolvendo-se ativamente nas atividades propostas. Já foi possível observar grandes progressos em relação ao desenvolvimento do cálculo mental.

Calcular mentalmente não é o mesmo que "armar uma conta na cabeça”. O cálculo por meio dessas "contas armadas" (ou algoritmos convencionais), é mecânico e pode ser realizado sem compreensão das relações envolvidas. O cálculo mental, no entanto é um cálculo pensado, refletido, que envolve o estabelecimento de diferentes tipos de relações entre os números envolvidos e os significados das operações. Nesse tipo de cálculo é comum que se recorra, por exemplo à composição aditiva dos números e ao arredondamento, entre outros procedimentos.

As crianças que são incentivadas a desenvolver estratégias pessoais de cálculo e a comparar diferentes estratégias, resolvem problemas com mais criatividade e eficiência. Se as crianças são incentivadas a desenvolvem estratégias próprias de cálculo, há diversidade de estratégias em sala de aula e os alunos têm oportunidade de discutir sobre elas, julgando sobre as vantagens e/ou desvantagens de cada uma. Desenvolvem o pensamento criativo, a iniciativa e autonomia intelectual, uma vez que não esperam alguém lhes ensinar para então repetir o procedimento apresentado. Além disso, mesmo quando os procedimentos convencionais são apresentados, podem optar por utilizá-los ou não, dependendo das operações ou dos números em questão.

Não somos todos iguais, portanto não é admissível que a escola espere que todos raciocinem da mesma forma e utilizem os mesmos procedimentos para calcular e resolver problemas. O papel da escola não é o de ensinar soluções que devem ser repetidas pelos alunos, mas de ajudá-los na construção de soluções pessoais, que possam ser usadas como base para construção de novas soluções, mais elaboradas que os ajudem a resolver problemas mais complexos.

Esse é nosso objetivo com a Oficina de Matemática, um projeto em fase inicial, que será ampliado no próximo ano, apontando para uma forma muito diferenciada de se trabalhar com a matemática na escola.


Eu sou a Ana Ruth Starepravo, mãe do André, do Rafael e do Gustavo, do grupo Transição (turma Saci-Pererê). Sou Pedagoga, Mestre em Educação pela UFPR, Doutora em Educação pela USP e apaixonada pelo ensino e aprendizagem de matemática. Sou responsável pela Oficina de Matemática e pelo trabalho de Formação Continuada com a equipe pedagógica da Escola dos Sonhos na área de matemática. 

Se você quiser saber mais sobre essa proposta de ensino, acesse meu blog: www.numeraliza.com.br.

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